segunda-feira, 10 de maio de 2010

Cunha: Geografia e História


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Geografia

Sua população atual gira em torno de 25.000 habitantes, sendo a maioria d zona rural. Localizada no Alto Paraíba, o município de Cunha ocupa 1410 km2 de colinas e montanhas fica entre as serras da Quebra-Cangalha, da Bocaina e do Mar. Tem limite com Ubatuba, São Luiz de Paraitinga, Lagoinha, Guaratinguetá, Lorena, Silveiras, Areias, São José de Barreiro no Estado de São Paulo e Angra dos Reis e Paraty no Estado do Rio de Janeiro.
A altitude media é de 1.100 metros e os pontos mais altos são o Pico da Pedra da Macela (1.840 metros) e o Pico do Cume (1630 metros).
O clima é temperado e seco, com variações de temperatura de -3 a 15°C no inverno e de 15 a 25°C no verão.
Atualmente as principais atividades econômicas são a pecuária leiteira e de corte e as culturas de milho, feijão e batata.
Nos últimos anos vem crescendo o turismo como nova atividade do município, assim como a produção de trutas, cogumelos e artesanato. Destaca-se também a cerâmica de alta temperatura, que tem atraído muitos turistas.

História

O Caminho do Ouro

Pelo caminho velho da Freguesia do Facão, hoje Cunha, no ano de 1727, nas costas de índios e escravos, passavam os quintos reais, que somavam 18663 oitavas ou 63220 gramas de ouro destinadas ao reino. "Mas esse ouro não chegou até lá, tendo sido substituído por barras de chumbo."
Essa não foi a única história narrada a respeito do Caminho do Ouro. Muitas lendas e boatos são contados a respeito de tesouros enterrados e escondidos, oficiais assassinados, tropas exterminadas e escravos sepultados.
Muita coisa aconteceu pelas trilhas que levavam às Minas Gerais.
Segundo relatório de 1888, apresentado pela Comissão Central de Estatística ao então presidente da Província de São Paulo, F. P. Rodrigues Alves, "Os aventureiros que lá se fixaram construíram um povoado centralizado por uma capela que, em abril de 1730, foi construída por uma família portuguesa chamada Falcon, composta do chefe e sua mulher, um genro e sua esposa e por Frei Manuel, irmão daquela. Inquestionavelmente, deve-se ao esforço da família Falcon, e notadamente a Frei Manuel, grande parte do trabalho para a edificação de Cunha, que por muito tempo e em razão do motivo apontado denominou-se, por corruptela, Freguesia do Facão". Essa é uma das teorias apresentadas por estudiosos a respeito da ocupação de Cunha.
Foi com o surgimento das notícias sobre o ouro, em 1695, que os primeiros aventureiros subiram a trilha dos Guaianazes com destino ao sertão, sinônimo de desbravamento e de enriquecimento com a exploração das jazidas de ouro e de pedras preciosas encontradas em Minas Gerais.
Cunha não passava então de um lugar propício para descanso e reabastecimento das tropas que iam e vinham, e era conhecida entre os tropeiros como "Boca do Sertão".
No início do século XVIII, houve grande movimentação de tropas pela trilha, atraindo bandidos e saqueadores. Muito ouro foi desviado. A necessidade de um posto era premente, surgindo assim a Barreira do Taboão, localizada entre a Freguesia do Facão e Paraty.
Com a proibição do trânsito oficial através do Caminho do Ouro, abre-se o novo caminho, passando pelas terras de Garcia Rodrigues Paes e indo em direção a Lorena, de onde, mais rapidamente, se atingiam a Serra da Mantiqueira e o Rio Paraíba, fontes de ligação às Minas Gerais.
Em1724 é construída a Capela de Jesus, Maria e José no bairro rural da Boa Vista, às margens da estrada Cunha–Paraty e a cerca de 6 km do centro. Alguns fiéis garantem que a crença em São José é tão eficaz para chamar chuva que, em procissões feitas com este objetivo em épocas de seca, às vezes começa a chover antes mesmo que o cortejo chegue à Igreja Matriz, no centro.
Em 1730, chega ao lugarejo a família do fidalgo Falcon em companhia do frei chamado Manoel, trazendo consigo a imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade. A santa é instalada em uma pequena capela no bairro do Facão, onde já havia um pequeno início de povoamento. Além deste bairro, outros dois se constituíam nos primeiros núcleos de povoação, o de Boa Vista e o de Campo Alegre.
Diz lenda que a imagem da Santíssima desaparece por três vezes e reaparece no local onde hoje é a Igreja Matriz. O fato é considerado um milagre pelo vigário da época, que dá inicio em 1731 à construção da igreja.
A Igreja Matriz, como é conhecida hoje, foi concluída com a colaboração de alguns fazendeiros. Sua dimensão é de 60 m x 25 m, com altares esculpidos em cedro com motivos próprios da época (colunas salomônicas) e com detalhes folheados a ouro. A igreja passa por diversas reformas, em 1878, 1944, 1971 e 1992, que alteram a forma do piso, a pintura interna e o telhado. Mas conserva o estilo colonial com paredes de taipa originais de 1,10 m de largura.

Por Rafaela Fernanda dos Santos Silva

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