quinta-feira, 13 de maio de 2010

Bananal: Geografia e História


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Geografia
Dados gerais
Fundação – 1832
Localização – Extremo leste de São Paulo
Estimativa da população em 2009 – 10.822
Área da unidade territorial (km²) – 616
Gentílico – bananalense
PIB per capita – 6558 reais


História

No período do Brasil Colonial o Vale do Paraíba sempre esteve na rota dos viajantes. A ocupação dessa região aconteceu quando o ouro vinha das Minas Gerais, no final do século XVII e início do século XVIII passavam por ali atravessando a Serra do Mar em direção ao porto de Paraty para ser embarcado para o Rio de Janeiro e Europa.

Nesse período foram aparecendo os povoados que serviam de pouso para os tropeiros e viajantes. Com novas descobertas de ouro em Goiás e Mato Grosso e com o comércio do gado vindo do Rio Grande do Sul para abastecer a região mineira, o Vale do Paraíba tornou-se passagem obrigatória.

Os planos para execução de um caminho por terra entre as capitanias de São Paulo e do Rio de Janeiro, que evitasse os riscos das viagens marítimas a partir de Paraty começaram em 1725, mas a estrada foi concluída apenas em 1770. O Capitão-Mor de Guaratinguetá, Manoel da Silva Reis, por ordem de Martim Lopes Lobo de Saldanha, do Conselho de Sua Majestade, abriu um caminho que fez romper pela serra da Bocaina e Paraíba. 

Para povoar aquelas terras e criar arranchamentos para o necessário sustento dos viandantes daquele novo caminho, foram doadas sesmarias aos que haviam se empenhado na construção da estrada. Uma dessas sesmarias, a do rio Bananal, foi destinada a João Barbosa Camargo e sua mulher. Em 1783, o casal mandou erigir em suas terras uma capelinha, dedicada ao Senhor Bom Jesus do Livramento. Em torno dela, cresceria o povoado de Bananal.

O nome Bananal seria uma corruptela da palavra indígena 'banani', que significa 'sinuoso'. O termo era usado pelos índios para designar o traçado cheio de curvas do rio que passava por ali. Outra versão para a origem do nome relaciona-se com os muitos bananais que existiriam na região.

A partir do século XIX, a cultura do café baseada nas grandes propriedades e no emprego de mão- de - obra escrava, chega à região. A vida nesse período era severa, e as rústicas sedes das fazendas eram cercadas pelos terreiros de café, oficinas e senzalas. Em 1836, Bananal era o segundo maior produtor de café da província de São Paulo, concentrava boa parte dos fazendeiros mais ricos do vale. 

Na época do fim do tráfico de escravos, os fazendeiros começaram a sofisticar seu modo de vida. As sedes de fazenda foram transformadas em palacetes, decorados com móveis importados e telas de pintores europeus nas paredes, no serviço doméstico aumentava o número de escravos. Bananal chegou a ter duas bandas de música formadas por escravos, especializadas em óperas européias. Esta mudança de hábitos foi influenciada pela presença da corte portuguesa no Rio de Janeiro e mais tarde pela criação do Império. O Brasil não era mais uma colônia, a maneira de morar, se vestir e se expressar foi adotada da corte mais influente da época, a corte francesa.

Em Bananal, os 'barões do café' formavam a elite do Império. Com seu dinheiro, depositado nos bancos de Londres, chegaram a avalizar empréstimos feitos pelo Brasil para enfrentar a Guerra do Paraguai, financiaram a construção da Estrada de Ferro Ramal Bananalense - que passava pelas fazendas mais ricas e iam até Barra Mansa, no Rio de Janeiro - e trouxeram uma estação ferroviária inteira da Bélgica. Por algum tempo, a cidade teve sua própria moeda. Um dos fazendeiros mais poderosos da cidade, Manoel de Aguiar Vallim, dono da fazenda Resgate, teria ao morrer, em 1878, apenas em apólices da dívida pública, quase 1% de todo papel moeda emitido no Brasil.

O período de prosperidade obtido com o chamado ouro verde não demorou a chegar ao fim, no final do século as terras começaram a dar sinais de exaustão. A abertura da ferrovia Santos-Jundiaí veio facilitar o escoamento da produção de pontos mais distantes do litoral, propiciando a expansão da lavoura cafeeira no oeste paulista. Em 1888, a abolição da escravatura enfraqueceu ainda mais a economia da região. Os filhos dos grandes fazendeiros não conseguiriam manter as fortunas herdadas dos pais. As pastagens para criação de gado tomaram o lugar dos cafezais. No entanto, não seriam capazes de restaurar o poder e a riqueza das famílias de Bananal e de todo vale, mergulhadas em brigas por heranças e perdidas na lembrança do período de glória.

A abertura da Via Dutra, na década de 50, praticamente desativou a estrada dos tropeiros, que passava por Bananal, além de Areias, Silveiras, Formoso e São José do Barreiro. Todas elas se tornaram 'cidades mortas' - como escreveu Monteiro Lobato, que morou em Areias e presenciou a decadência da região. 

Hoje, Bananal procura se reerguer atraindo turistas, não só para conhecer sua história, suas riquezas, seus belos sobrados da cidade e os casarões de suas fazendas, mas também para desfrutar das belezas naturais da serra da Bocaina, onde fica a maior reserva brasileira de mata Atlântica.

Por Christiane Michelle Lopes e Tatiane Regina da Silva Arense

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